Músicas de Raphael

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sonhos lúcidos, paralisias, e o cérebro mudo.

Há algumas semanas atrás, talvez mais de um mês, eu tive um sonho lúcido. Foi o segundo da minha vida (até onde eu lembre).

Está no wikipedia em português:

"Sonho lúcido - é o termo que refere-se à percepção consciente que temos de um determinado estado ou condição enquanto sonhamos, resultando em uma experiência da qual temos uma recordação muito claranítida, normalmente aparentando termos tido controle e capacidade direta sobre nossas ações e, algumas vezes, o próprio desenrolar do conteúdo do sonho. A experiência completa do início ao fim é chamada de sonho lúcido. Stephen LaBerge, um popular autor e pesquisador do assunto, definiu o sonho lúcido como "sonhando enquanto sabemos que estamos sonhando.


Por ser besta, eu nunca escrevi tudo que lembrava enquanto ele ainda estava claro na minha mente, mas ainda lembro uns detalhes. Lembro que estava no antigo apartamento da minha família, no edifício Baía de Toulouse, na Rua Venezuela, em Recife. Lembro que estava escuro, e que as luzes do apartamento estavam apagadas. E lembro do meu pai conversando comigo no sonho. Acho que tinha mais alguém, mas não estou certo se era Nadia ou alguma outra pessoa.

Eu estava na varanda, como costumava fazer na vida real, olhando a paisagem distante, uma mistura de prédios, serras, casas, árvores, e mar. O céu, como sempre, não tinha quase estrela alguma. Tinha um avião passando, e foi aí que percebi que estava sonhando. Eu me virei para a pessoa (não sei se era meu pai, Nadia, algum amigo), e disse "eu tô sonhando, isso aqui não é de verdade. Quer ver?"  E com a minha mão direita, apontei para o avião, fiz um movimento, como se estivesse puxando algo, e o fiz cair na nossa frente. Empolgado com a situação, vi que vários aviões, jatos, começaram a passar por perto, e comecei a derrubar mais deles, com "a força do pensamento".

O mais interessante de tudo, é que eu lembro que um ou dois deles, ao cair, não explodiram ou sequer se danificaram muito. Quicaram, de prédio em prédio, até alcançarem o chão.

Tenho certeza de que aconteceu mais depois disso, mas não é algo que eu consiga lembrar mais. Lembro que voei, mas não posso afirmar se foi nesse mesmo sonho, ou se talvez eu tenha tido sim um terceiro sonho lúcido do qual praticamente me esqueci.

De qualquer maneira, não estou 100% certo de que eu realmente sabia que estava no sonho, ou se sonhei que sabia que estava num certo sonho.

No caso do meu primeiro sonho lúcido, que ocorreu na minha infância, eu tenho certeza de que sabia. Queria ser pintor ou desenhista, ou pelo menos saber descrever as coisas melhor, pois algumas imagens desse sonho ainda estão bem claras na minha mente.

Ele foi diferente, porque eu não somente sabia que estava sonhando, como eu queria acordar, fugir daquela irrealidade. Não porque era um pesadelo, mas eu simplesmente não me sentia confortável sabendo que estava preso na minha própria imaginação. Lembro que estava num prédio que nunca vi em lugar algum, e nele estava havendo uma grande festa, com personagens peculiares. Lembro que alguns deles sabiam que eu sabia, e por isso tentavam me pegar pra evitar que eu escapasse. Ainda assim, eu não tinha a sensação de um pesadelo. Talvez porque dessa vez tudo estivesse claro, digo, era dia, o sol estava brilhando.

Uma das poucas coisas que lembro desse sonho foi eu tentando construir um portal para voltar pra realidade, no teto. Obviamente influenciado pelos muitos desenhos que eu assistia na época, o portal lembrava esses portais de tempo e espaço de ficção científica, sendo que não muito grande. Eu entrei pelo portal, mas não acordei. Lembro do sentimento de frustração. Depois disso, o sonho virou um meio-pesadelo. Me tornei um mini-eu, cabendo na palma de uma mão. E lembro de estar navegando num riacho, e sendo perseguido por Gargamel e o seu gato. Sim, o feiticeiro inimigo dos Smurfs! Pouco tempo depois, acordei.

São os dois únicos sonhos lúcidos que lembro. Um quando eu devia ter menos de 10 anos, e outro aos 23. Nesse hiato de 13 anos (se não contar o possível porém incerto terceiro sonho), a única coisa relativamente constante nas minhas noites foi e é a paralisia do sono.

A paralisia do sonho é a coisa mais assustadora pela qual já passei, mas que hoje em dia veio a se tornar algum mais ou menos normal na minha vida. Só de lembrar da primeira vez em que a experienciei, fico com medo. É difícil dizer exatamente quantos anos eu tinha, pois a minha infância no Edf. Venezuela tem a sensação de ter durado 20 anos. Mas sei que já morávamos no terceiro andar, no 304. Eu acordara no meio da noite, e não conseguia me mexer. Tentei chamar a minha mãe, tentei gritar, mas, no máximo, conseguia gemer. Foi quando olhei para o canto do meu quarto, e vi os olhos vermelhos, brilhando no escuro, olhando pra mim. Os olhos que, para o meu desespero, se aproximavam da minha cama, lentamente.
Felizmente, consegui me mexer, e saí correndo para o quarto dos meus pais, pra me meter no meio deles e ficar lá até o dia amanhecer.

Depois dessa primeira experiência, inúmeras foram as vezes nas quais tive que passar pela mesma situação novamente. Não que ocorressem todos os dias, mas geralmente ocorriam (e ocorrem) a cada um, dois, três meses.

Na maioria das vezes, eu não tenho alucinações hipnagógicas - mas sim, a simples paralisia em si. No começo, eu sempre me desesperava, tentava gritar, levantar os braços, era um horror. Com o passar do tempo, aprendi a lidar com aquilo: tentava relaxar, respirar fundo, esperar, pois sabia que logo, logo o resto do meu corpo acordaria. Acho que a última vez que isso aconteceu não faz muito tempo, pois já estava em Malmö(!). Lembro que já tinha amanhecido, quando eu abri meus olhos, vi Nadia, tentei me virar para abraçá-la, mas não consegui me mexer. Respirei fundo, e em poucos segundos consegui.

Mesmo hoje em dia, sempre rola uma rápida impaciência no começo, mas logo desisto de tentar, e espero.

Outras duas alucinações que lembro claramente também não são tão antigas. A primeira foi simples, porém assustadora, na qual eu acordara no nosso apartamento, em Roskilde, e vira ao meu lado um velho (ou velha?), com uma corcunda feia, e um sorriso apavorante. Fiquei aterrorisado, mas não conseguia me mexer. Só torcia pra que nada acontecesse. O velho tinha os olhos cerrados, uma roupa cinzenta e encardida, e apesar de não me ver, parecia estar lá para me observar. Finalmente, quando consegui me mexer, me virei  e abracei Nadia tão forte que ela acordou.

De manhã, vi que o velho era na verdade a cadeira ao lado da cama.

A segunda alucinação também foi em Roskilde, e já foi bem mais complexa - talvez a mais complexa que já tive. Lembro que acordei, ou pensei acordar, no nosso minúsculo apartamento, no qual o quarto, a sala, e a cozinha são um só. E no canto, onde o violão ficava, eu vi um menininho branco, pequeno, de cabelos pretos e curtos, shorts escuros, e uma camisa branca (ou era um macacão?). Bem, eu não conseguia ver o seu rosto, mas ele parecia se mexer freneticamente. Depois disso, acordei, e logo estava na pia, lavando a louça. Apesar de ser dia, as cortinas estavam fechadas, e as luzes estavam acesas. De repente, eu ouvi algo. Era o menino de novo. Olhei pra trás e vi o seu vulto passar correndo. Eu o segui até o banheiro (que não era longe), e quando entrei o vi em pé sobre a privada, seu rosto ainda embaçado, suas ações sem fazer sentido algum. Fiquei paralisado com aquilo, aterrorisado, fechei a porta do banheiro, e voltei correndo para a sala/quarto/cozinha, onde, estranhamento, acordei de novo. Foi a única vez (que eu me lembre claramente) que sonhei dentro de um sonho. Ou será que tive a paralisia, acordei, voltei a dormir, e sonhei com a alucinação que acabara de ter. Ou será que sonhei que tive a paralisia? Seja o que for, também fico com medo só de lembrar.



Eu me vejo como uma pessoa ansiosa, e acho que isso seja um grande fator para a tal paralisia. Também li que outra possível causa é mudança de ambiente, que de alguns anos pra cá vem sendo algo normal na minha vida, mas não quando eu era um pirralho...
Também cheguei a me perguntar se sofro de narcolepsia - não porque ache que seja preguiçoso ou excessivamente sonolento, mas poucas são as vezes nas quais me sinto completamente descansado, sempre durmo e acordo em horas diferentes, e às vezes tenho problemas em me concentrar. Contudo, isso é muito subjetivo e muita gente é assim, fora que não sei nada sobre narcolepsia.


E o cérebro mudo, os sonhos sem som? É o mais abstrato, mais difícil de explicar.

Até certa idade (na adolescência), meus sonhos eram como filmes: eles tinham uma sensação mais real, na qual eu podia realmente ouvir um carro passando, em todas as suas freqüências, e pessoas falando, chorando, enfim, tudo que acontece em sonhos, da maneira mais real possível. Claro, você diz, é assim que todo mundo sonha.
Porém, de um tempo pra cá, meus sonhos perderam um pouco, ou talvez muito, disso. Eu ainda vejo e ouço tudo, mas as coisas parecem ir mais rápidas, confusas, e o mais estranho, sem som.

Quando converso nos meus sonhos, a pessoa que está falando comigo não está realmente falando: é como se eu pudesse ouvir meus pensamentos projetando o que ela fala. É como se, de certa forma, eu estivesse pensando meus sonhos, ao invés de sonhá-los. Não que isso faça com que todo sonho que eu tenha seja lúcido, ou que ele seja chato, sem graça; mas os sons parecem não ser tão fortes e reais como antes. O mais paradoxo nisso, é que nesses sonhos eu já ouvi melodias. Lembro de estar sentado na grande quadra do Colégio Americano Batista com meus amigos (que aindam eram crianças nesse sonho), junto com um um montão de crianças que estavam correndo, brincando, e de começar a cantar uma melodia que eu julgava ser de Milton Nascimento. Acordei, toquei a melodia no violão, e a tenho até hoje. (O legal é que não consegui achá-la em disco algum do Milton, então ela é provavelmente minha, ou melhor, uma mistura daquilo que ouço e que meu próprio sonho mudo criou.)

É difícil explicar como posso ouvir melodias nesses sonhos pensados, mas acontece. Fico com a impressão/teoria de que não durma tão profundamente como costumava dormir, então apesar de sonhar, acreditar, e experienciar coisas que parecem verdadeiras, ao mesmo elas não são. É um sonho sem sons!

Pelo menos eu nunca saí do meu corpo. Uma vez sonhei que tinha morrido, e saído do meu corpo. Flutuei pelo "apartamento" onde Tia Marly morava na minha infância, no fundo da Igreja Batista Emanuel, e pronto. Mas não foi nada do tipo "eu realmente saí do meu corpo, olhei pra mim mesmo" e tal. Foi dentro do sonho. Por sinal, esse foi o único sonho que lembro no qual continuei sonhando depois de ter morrido. Todas as outras vezes, eu acordei, como na vez que fui espancado por imigrantes na Dinamarca, tentei abrir os olhos, ficar vivo, mas morri.. e acordei.

Bem, eu poderia citar milhares de curiosidades nos meus sonhos. Todas bem comuns, como eu perdendo os dentes (sempre!), ou da onda gigantesca que surge na praia, da qual sempre tento fugir, às vezes criando um sonho bem longo, no qual a cidade inteira se alaga...



O fato é que, muitas vezes, eu tenho tantos sonhos, que acordo cansado, como se não tivesse realmente dormido.
Um dos meus maiores planos para o nosso próximo apartamento é comprar uma cama maravilhosa, com travesseiros maravilhosos, para eu dormir perfeitamente.


Sei que o Pr. Josias é muito interessado em sonhos. Tô pensando em seguir o exemplo dele, e guardar um diário no qual eu escreva os meus.





Obs. resolvi escrever esse post depois de reassistir A Origem

10 comentários:

  1. Interessantes seus sonhos. Que memoria boa! Eu quase nunca lembro dos meus. Proxima vez q vc for ao Brasil, va no medico do sono q papai foi e eu tb. Ele me disse que eh muito comum em mentes criativas ter disturbios do sono. Eu fiz o exame que se passa a noite no hospital e os medicos analisam seu sono e tal. Meu sono era leve e acordei um montao de vezes que nem lembro(inconsciente, tipo semi acordada), o q me faz estar cansada no dia seguinte, pois o tempo de sono profundo, q descansa, era pouco. Sempre tenho insonia quando vou escrever um texto no outro dia. hehehe! O medico disse q meu problema eh ansiedade e mandou eu fazer yoga e tomar valeriane(erva para relaxar). O medico tb disse que o sono de quando sonhamos e lembramos nao eh o mais profundo, talvez por isso vc esteja sempre cansado, pois nao esta dormindo muito sono profundo.

    O Bono Vox do U2 conta que acorda com uma melodia na cabeca de vez em quando que acaba gravando e tal. Eh como se fosse uma bencao.

    Vale a pena investir num colchao de memory foam da NASA tipo o Tempurpedic que eu e Isha compramos esse mes. E os travesseiros tb. Faz uma diferenca ENORME!!!!!

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  2. ah que legal! pois acho que sono profundo é mesmo o meu problema. acabei de acordar e anotar tudo. o rascunho de uns 4, 5 sonhos diferentes. O mais marcante foi um no qual sonhei com uma melodia de novo, na grande escala nordestina Lídio b7, e cantava em dueto com Jorginho, do edf. venezuela. Fazíamos a harmonia em terças menores, como as músicas sertanejas do Brasil. Foi interessante, porque eu estava numa área de Copenhague chamada Nørrebro, e tinha um velho que ouvia a gente cantando e gostava. E de repente, acho que estava em Porto de Galinhas... eu ia pedalando de bicicleta por esses lugares.. Às vezes tinha que me apoiar com a perna pra não cair dela.. assim vai! to me empolgando com essas anotações!

    Vou procurar essa erva... não sei se tenho paciência pra Yoga!

    e não vejo a hora de comprar um super colchão!

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  3. Li tudo...Comecei a escrever um comentário aqui, mas depois de quase 1 hora escrevendo, apertei alguma tecla que me tirou da página. Resultado: perdi tudo. Mas, vou recomeçar. Há muita coisa a ser dita. Você tem uma riqueza interior tão agigantada quanto seus sonhos. Quando a gente aprende a escutar os sussurros da alma, ela para de gritar e de se apresentar com cara feia. O fato de você ter começado a dar atenção aos seus sonhos, já vai deixá-la mais serena, pois, escutada. Quem sabe, até o sono já se fará melhor daqui em diante. Abraço e aguarde um jornal

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  4. Rafael

    Hoje registrei meu sonho # 1199. Depois de 8 anos de prática, tanto com os meus, quanto com sonhos alheios, creio que posso passar pra vc. algumas dicas importantes para você lidar com seus próprios sonhos, no exercício de interpretá-los.

    1. Os sonhos são formatados em linguagem simbólica. Uma das características do símbolo, segundo Paul Tillich, é que o símbolo aponta para uma realidade além de si mesmo e, ao mesmo tempo, participa da realidade para a qual aponta.

    2. PAra mim, pelo menos, grande parte dos sonhos vem de de uma região próxima ao portal em nossa alma que desemboca no mundo de Deus. Jung chama isso de inconsciente arquetípico. Eles vem de nosso self pessoal ( que Paulo chama de "espírito do homem" em I cor. 2:11), onde ocorre potencialmente um encontro com o Espírito de Deus. P.S. Note que Paulo fala que o espírito do homem conhece as coisas do homem. Portanto, nosso self sabe de coisas sobre nós e nossa vida relacional, que nossa mente racional desconhece. Os sonhos vem dessa dimensão e, ter trÂnsito nesse locus existencial é carregar um sãbio dentrol de si (Dê atenção aos "velhos" em seus sonhos!

    3. Concordo com Jung quando ele diz que o sonhador é quem tem nas mãos a chave da interpretação. Isso, pórque, nossos sonhos estão ligados à nossa história pessoal, nossa teia de relações. Por isso, é mais adequado que os sonhos sejam interpretados no contexto da psicoterapia de linha psicanalítica de linha analítica não-freudiana (Freud se distancia da imagem do sonho, bem como, erotiza por demais sua interpretação).

    contionua no próximo comentário...

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  5. continuação

    4. Ao interpretar sigo essa linha:
    1. Lugar - onde estou no sonho. exemplo: em seus sonhos lúcidos, tanto da infância, quanto do rpesente, você está em um prédio.
    2. Personagens e objetos - quem participa - O avião que você derruba no sonho é do mesmo tema de pássaro, que aponta para a liberdade, sair do chão comum aos mortais, poder sobre a gravidade de baixo, cruzar fronteiras.
    3. Drama - o conflito - o sonho tem sempre um drama, um problema, uma decisão a tomar, uma encruzilhada, uma perseguição, etc. De alguma forma, esse drama está presente em nossa vida. Decifrando a linguagem que os símbolos trazem, lançamos luz sobre os problemas que nos afligem no presente e que,l geralmente, desconhecemos, negamos ou, simplesmente, racionalizamos.
    4. Resolução - a mensagem do sonho. O sonho não traz somente o drama que vivemos, mas aponta para uma solução. Exemplo: quando vc. seguiu o menino até o banheiro e o encarou, mesmo tendo, depois, corrido de medo, pode indicar que vc. precisa ter a coragem de olhar para sua sombra ( menino, certamente, é você mesmo), seu lado escuro, rejeitado, banido para os porões do inconsciente. O sonho pode estar dizendo que vc. precisa resgatar esse menino (você mesmo), dar atenção a ele, trazë-lo à luz. Um lado de sua personalidade pode não ter se desenvolvido, por medo, por vergonha, por ter sido reprimido, etc.

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  6. continuação
    4. Os sonho tem um caráter compensatório. Eles vem para corrigir posturas conscientes inadequadas. O fato de vc. derrubar os aviões, pode, note bem, pode (só vc. pode confirmar isso)indicar que seu ego tenta, de alguma forma, fazer você derrubar expectativas tão altas, cair mais na real, ficar mais perto do chão, em suma, ser mais da terra... Você é um poeta, um Zaratustra que habita as regiões montanhosas, ams, em algum momento, ele sentiu que precisava descer a montanha e comunicar a sabedoria que recebera das alturas aos mortais. MAis tarde, sentiu, é verdade, que aqueles ouvidos não mereciam sua fala, mas não conseguiu ficar lá em cima o tempo todo... Quuem é da terra dá seus voos, mas tem saudade e precisa do pó e do cheiro de finitude.( vixe! Já tô variando...rss)

    5. Os sonhos tem a ver com a nossa vida relacional, também. Normalmente, para corrigir nossos modelos inadequados de relação.

    6. Os sonhos nos apontam uma jornada de êxodo. Eles nos convidam a sair do lugar público, dos holofotes, dos aplausos... Eles nos apontam o caminho estreito e apertado da singularidade e da renovação mental (Rm. 12:1-3)

    7. Os sonhos são uma fonte de inspiração. Já preguei muito, e ainda prego, muitos sermões que recebi a partir dos meus sonhos. Você tem recebido canções...

    8. Os sonhos podem antecipar acontecimentos. O self, de onde eles vem, é atemporal. Eles podem nos alertar de perigos, complôs e situações que acabam se tornando reais. Leia os sonhos na Bíblia (José, Faraó, Daniel, José e MAria, etc.)Acredite! Já fui avisado de muitas coisas que acabaram se tornando realidade, inclusive, bem recentemente.

    9. À medida que ganhamos conhecimento do alfabeto dos símbolos, frequentemente, a interpretação, vem logo ao acordarmos de um sonho. Essa interpretação é a mais clara, pois sofre menos a filtragem da razão.

    10. Cultivar o hábito de registrar os sonhos e trabalhar com suas imagens ao longo do dia, orar sobre eles, buscar sintonia com o algo que a B~iblia diz, são práticas de valor inestimável.

    Evitei trabalhar com as imagens d esues sonhos de maneira mais detida. Tenho a esperança que essas dicas possam ajudar você a decifrar a mensagem principal de seus sonhos. Mas, caso queira, posso tentar apontar outras percepções interpretativas que tive e posso ainda desenvolver com uma nova leitura que farei dos seus sonhos.


    Fui escrevendo, assim, sem preocupação com a redação. Portanto, desconsidere os erros de estiloe gramática. O inmportante é que você passe a compreeder um pouco dessa outra gramática que pode abrir pra você um horizonte novo de grandes possibilidades existenciais, emocionais, artísticas e espirituais.

    Me deixe saber, por favor, se isso lhe for útil.

    Continue sonhando, aliás, o sonho é autônomo, a gente é que precisa prestar atenção a ele, pois, ocorre indepentente de nossa vontade.

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  7. Valeriane se encontra em pílulas, em lojas de vitaminas ou de coisas orgânicas ou fitoterápicas. O médico disse que não causa dependência nem nada. Tem efeito acumulativo, então depois de um tempo de uso vc deveria ficar um pouco menos ansioso. Mas esses tratamentos fitoterápicos não são 100%. Eu acabei parando de tomar pois eu melhorei muito depois que vim para cá. Minha crise foi quando eu estava no Brasil e Isha aqui...

    Quanto a Yoga eu não faço porque não tenho dinheiro e as sessões gratis na minha faculdade são em horários ruins para mim. Mas qualquer exercício ajuda a vc ter um sono melhor, pois cansa o seu corpo, estimula a produção de serotonina e tal, vc acaba dormindo melhor.

    Continue sonhando e escrevendo. As dicas do Pr. Josias são boas. Até fiquei com vontade de anotar meu próximo sonho! hahaha! Mas espero que vc possa melhorar a qualidade do seu sono para q não se sinta cansado. Sei como é ruim.

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  8. Rafa, aqui seguem somente algumas coisas que posso publicar em seu blog, com cuidado para não ir além dos limites...

    Seguem o sonho tido aos 23 anos, com minhas percepções:

    Você escreveu: "Lembro que estava no antigo apartamento da minha família, no edifício Baía de Toulouse, na Rua Venezuela, em Recife. Lembro que estava escuro, e que as luzes do apartamento estavam apagadas. E lembro do meu pai conversando comigo no sonho. Acho que tinha mais alguém, mas não estou certo se era Nadia ou alguma outra pessoa.

    Eu estava na varanda, como costumava fazer na vida real, olhando a paisagem distante, Tinha um avião passando, e foi aí que percebi que estava sonhando. Eu me virei uma mistura de prédios, serras, casas, árvores, e mar. O céu, como sempre, não tinha quase estrela alguma.para a pessoa (não sei se era meu pai, Nadia, algum amigo), e disse "eu tô sonhando, isso aqui não é de verdade. Quer ver?" E com a minha mão direita, apontei para o avião, fiz um movimento, como se estivesse puxando algo, e o fiz cair na nossa frente. Empolgado com a situação, vi que vários aviões, jatos, começaram a passar por perto, e comecei a derrubar mais deles, com "a força do pensamento".

    O mais interessante de tudo, é que eu lembro que um ou dois deles, ao cair, não explodiram ou sequer se danificaram muito. Quicaram, de prédio em prédio, até alcançarem o chão.

    Dream Work

    I- Lugar.
    1. Edf. Venezuela - Quando sonhamos com o passado, principalmente com a casa da infÂncia, adolescência, o sonho nos remete conflitos e, ou traços positivos que deixamos para trás e que precisam ser reacessados e resolvidos ou retomados. Só sabendo mais detalhes de sua história epssoal, eu teria condições de falar de conflito ou de resgate de traços importantes que devem ser retomados.
    2. VAranda com visita para os prédios. A visão é de liberdade, de plataforma própria para um voo, mesmo um voo imaginário. O sonho indica uma personalidade alada, voadora, que olha pra cima (veja a foto de seu perfil no FB), que idealiza e não quer viver na terra, no chão, no lugar das massas.
    3. Avião - O mesmo símbolo dos pássaros: mensageiro das alturas, liberdade e , no caso do avião, a capacidade de transportar de um lugar a outro, de não ficar estagnado nem amarrado ao chão. A vocação doa vião é decolar. Sua vocaçãa, RAfael, é alçar voos.
    4."uma mistura de prédios, serras, casas, árvores, e mar. O céu, como sempre, não tinha quase estrela alguma." Sua existencialidade é eclética, multifacetada. Não sei se isso poderia indicar uma indefinição, no sentido de identidade, ou uma personalidade plural, no sentido culrual do ermo. Mas, como o sonho vem sempre para corrigir, e quase nunca para elogiar, é sempre bom pensar no que pode estar errado.

    II- Personagens
    1. Você mesmo. Aqui vc. é ator, protagonista, ativo na derrubada dos aviões. Isso indica a sua coragem de traçar seu próprio destino, de desenhar sua pr´poipria vida, não ficando passivo diante das regras que os outros fazem
    2. Seu pai, conversando com você - Escutar o pai num sonho pode ser uma indicação direta que o sonho faz para que o sonhador estutea voz original que lhe deu norte, que lhe guiou na infância que lhe instruiu.
    3. Nádia ou outra pessoa - Provavelmente era Nádia mesmo. O fato de você não se lembrar que era ela, é que vocÊs ainda estão construindo uma relação e que, nesse momento, o sonho a coloca como menos importÂncia para o enredo, salientando a figura de seu pai.
    Continua...

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  9. III- Drama -
    1. "eu tô sonhando, isso aqui não é de verdade. Quer ver?" Quando falamos no sonho, é uma fala de ego, o que a gente realmente pensa... Se oa vião indica liberdade, potência para as alturas, você mesmo achar que a cena é uma mentira, um sonho, pode indicar o conflito qie provocou o sonho: no fundo, no fundo, você mesmo achar que sua vida é uam espécie de sonho, de quimera, que é preciso acordar para a vida real. por isso, você sabota o voo dos aviões, no caso, seu próprio voo, no caso, seus sonhos. É importante você avaliar se suas crenças genuínas incluem esse projeto de vida eu você hoje tenta fazer decolar.
    2. "Empolgado com a situação, vi que vários aviões, jatos, começaram a passar por perto, e comecei a derrubar mais deles, com "a força do pensamento". Quando alguém usa a força do pensamento tem de se concentrar, focar, ficar alerta. Isso não é próprio do poeta, que devaneia, que imagina, nãos e concentra, ams recebeinspiração de um lugar para além da razão.

    Aqui você fica "empolgado" com o seu poder d derrubar aviões. Na imaginação da vida acordada,você tem uma capacidade multiplicada de colocar aviões no ar, tanto é que eles se multiplica, quando o primeiro cai.
    Só dois aviões permanecem... Intrressante isso. O sonho pode estar apontando a mensagem que ele quer pássar, que é o próximo ponto.

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  10. IV- "Quicaram, de prédio em prédio, até alcançarem o chão."

    O sonho chega a um desfecho e deixa uma mensagem. Você precisa usar mais a razão ("o poder do pensamento"). Tem muitos aviões no ar. alguns deles precisam ser destruídos, mas não todos. A vida racional, ou, pelo mennos, capitaneada pela razão, sem excluir a emoção, os afetos, é muito importante.

    Os dpois aviões não explodiram, mas vieram ao chão. Avião pode voar e é sua vocação, mas, precisa sempre retornar ao lugar original, o chão... Para reabastecer, para manutenção, para reparos, para se preparar para novas missões ou para novos passageiros.

    Em resumo, o soho pode estar dizendo: Rafael, escute seu pai (aqui, Edvar representa a razão) e use o pensamento para organizar esse seu... Traga seus sonhos para o chão. Depois, eles podem até decolar novamente, mas, no momento, eles precisam de reciclagem. E reciclar mais de dois aviões de cada vez, é praticamente impossível.

    Bem, como você viu, isso seria tema para uma três horas de terrapia. Espero que faça algum sentido pra vc.

    O próximo sonho tem muito mais...

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